No capítulo 4 da carta aos Efésios, o apóstolo Paulo faz um apelo fundamental à igreja: a necessidade de preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz. Esse chamado é essencial para compreendermos como a comunhão entre os irmãos em Cristo deve se manifestar em nossas vidas.
O apóstolo Paulo, mesmo preso, continuava a escrever à igreja de Éfeso, ensinando-lhes sobre a importância da unidade. No versículo 3, ele exorta os irmãos a se “esforçarem diligentemente” para preservar essa unidade. Isso nos mostra que a unidade é uma construção ativa, que exige humildade, mansidão, paciência e amor.
Muitas vezes, os conflitos surgem porque tentamos impor nossa própria justiça e razão sobre os outros. Essa atitude gera divisão e contenda, ao invés de edificação. No entanto, Deus nos chamou para agir e reagir de maneira diferente do mundo, aprendendo a lidar com os desafios de forma madura e pacífica.
Um grande exemplo bíblico de quem compreendeu esse princípio foi José. Se ele não tivesse se esforçado diligentemente para manter a unidade com seus irmãos, poderia ter se vingado deles após se tornar governador do Egito. Mas José compreendeu que Deus estava no controle de todas as coisas, permitindo que aquelas situações moldassem seu caráter.
Isso também se aplica às nossas vidas: quando entregamos tudo ao Senhor, Ele cria situações para nos ensinar, nos corrigir e nos aperfeiçoar. Assim, aprendemos que o melhor caminho é sempre agir conforme a vontade de Deus, e não segundo nossas emoções e desejos.
A unidade também está diretamente ligada ao entendimento do papel que cada um tem dentro do Corpo de Cristo. Quando tentamos assumir funções que não nos pertencem ou nos omitimos de nossas responsabilidades, causamos desequilíbrio e dificuldades na convivência. O marido tem um papel dentro do lar, assim como a esposa, os filhos e cada membro da igreja. Ao entendermos nossa vocação e nos esforçarmos para cumpri-la com diligência, toda a comunidade é abençoada.
As Escrituras nos ensinam que “se for possível, quanto depender de vós, tende paz com todos” (Rm 12:18). Muitas vezes, buscamos apenas estar certos, mas é muito melhor ser feliz do que ter razão. Quando nos apegamos demais à justiça própria, entramos em conflitos desnecessários e causamos divisão. Em contrapartida, quando escolhemos perdoar e agir com misericórdia, trazemos unidade e crescimento para nossas relações.
Isso é especialmente verdadeiro dentro dos lares. O casamento e a família são ambientes de aprendizado, onde devemos exercitar paciência e amor. Quando um decide manter a paz, toda a casa se beneficia, pois o vínculo da unidade é estabelecido através da paz de Cristo.
Conclusão
A igreja deve ser um testemunho vivo da unidade em Cristo. Os incrédulos precisam ver na igreja um ambiente de amor, compreensão e respeito, e não um local de contendas e divisões. Quando vivemos de acordo com o chamado de Deus, nos esforçamos para perdoar, para amar e para construir relações saudáveis, refletindo assim o caráter de Cristo ao mundo.
Que possamos nos esforçar diligentemente pela unidade do Espírito no vínculo da paz, entendendo que nossa bênção está em viver segundo os princípios de Deus. Ao fazermos isso, construiremos lares, igrejas e comunidades fortes, fundamentadas no amor e na misericórdia que recebemos do Senhor.